O Inquisidor - Catherine Jinks


Editora: Contexto
Páginas: 400

Sinopse: Em 1318, padre Augustin, um novo inquisidor, chega a Lazet, na França, disposto a rever processos antigos do Santo Ofício. Pouco tempo depois é brutalmente assassinado e seu subalterno, Padre Bernard, é encarregado da investigação. No entanto, ao tentar proteger quatro mulheres, ele próprio se torna suspeito por seus pares. Acusado de assassinato e perseguido como herege, Bernard terá que lutar por sua vida e a de suas protegidas. As violências praticadas em nome da religião, o intrincado jogo de interesses dos poderosos, o fanatismo, a caça às bruxas e as relações marcadas por luxúria, amor e traição fazem deste romance histórico uma narrativa arrebatadora e – por que não? – terrivelmente atual. 





O Inquisidor é um dos primeiros livros lançados do novo selo da Editora Contexto, o Marco Polo, que é um selo especializado em romances de época. Foi minha primeira experiência com a autora Catherine Jinks, também, e confesso que fiquei bem intrigada com sua narrativa. 

Em 1318, o padre Augustin chega a uma via no interior da França chamada Lazet, para ocupar o cargo de um padre que havia morrido. Disposto a colocar ordem no Santo Ofício da cidade e a rever antigos processos nos quais hereges foram deixados livres. Pouco tempo depois padre Augustin é brutalmente assassinado e Padre Bernard fica incumbido de investigar seu assassinato. Após descobrir segredos que nem imaginava, padre Bernard é acusado de ser herege e terá de lutar por sua vida e a vida de mulheres inocentes.

O que eu mais gostei da narrativa de Catherine é o fato de que além de bem embasada, ela não é óbvia. Muito pelo contrário, vemos pessoas que viviam em uma época que certas tradições eram consideradas heresias, que eram movidas por dinheiro, e principalmente vemos que mesmo dentro da inquisição havia muita corrupção, mesmo que os padres tentassem manter certo grau de santidade.

Além disso a narrativa é toda em primeira pessoa no passado, ou seja, o próprio padre Bernard conta sua história e ela é surpreendente. Sim, Catherine Jinks conseguiu me surpreender e olha que isso não é uma coisa fácil de se fazer.

Padre Bernard é aquele tipo de personagem que sabe contar uma história sem se fazer de vitima, ele relata exatamente o que aconteceu, como aconteceu e assume todos os seus pecados. E o que é legal nessa história é que nada faz o menor sentido até que tudo se encaixa e você pensa "cara, que coisa doida" e a trama consegue muito surpreender. 

Não temos romance, O Inquisidor é um livro de suspense histórico muito bem escrito, com passagens históricas importantes sobre uma época que a Igreja Católica prefere esquecer. Espero ler em breve outros livros da autora e estou bastante curiosa com o que esse novo selo tem a oferecer.

Essa capa é meio assustadora, mas combina bem com a narrativa. A diagramação está muito boa, não tenho nada a reclamar. Enfim, acho que vale muito a pena conferir esse livro.






6 comentários:

  1. Oi Priscila
    Feudalismo era a matéria que eu mais gostava de estudar na época de escola. Nunca me canso de assistir filmes e ler sobre esse tema.
    Gostei da abordagem da autora. Optou por mostrar a realidade de fato, com corrupção da Igreja Católica. Não sei se ela mostrou no livro, as mortes que a Igreja causou justificando o feito pela bruxaria das mulheres, pelo paganismo e um monte de outras coisas...
    Vou adicionar na minha lista.
    Abc

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  2. Olá! Gosto de livros que retratam acontecimentos reais que ocorreram na nossa sociedade, mesmo sendo uma obra de ficção, ele nos auxilia a compreender melhor esses fatos, parece ser uma trama surpreendente cheia de mistérios e suspenses, bom saber que você gostou da narrativa do livro e conseguiu se surpreender com ele, dica anotada.

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  3. Oi miga, bem eu vou ser bem sincera e dizer que não me interessei pelo enredo do livro, esse aí eu tenho ver que iria começar mas nunca ia terminar, histórias assim me são um sono, posso dizer que é mais eficiente que sonífero kkk. Então fico feliz que tenha gostado da leitura mas dessa vez eu dispenso .

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  4. Priscila!
    O bom dos romances históricos, quando bem escritos, trazem um enredo baseado em fatos que aconteceram na época, mesmo sendo uma ficção, mostra aqui o quanto a igreja católica exercia grande poder na sociedade e como tinha a premissa de 'julgar' quem fosse contrária a ela.
    Achei mais que interessante.
    Boas festas juninas e bom final de semana!!!!
    “O que importa afinal, viver ou saber que se está vivendo?” (Clarice Lispector)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE JUNHO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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  5. Eu sou apaixonada por livros dd suspense. E o fato desse ser narrado em primeira pessoa e por um padre, me deixa mais intrigada ainda. Não conhecia nada dessa autora e já vou anotar o nome desse livro.
    P.s: não curti muito a capa só

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  6. Oi, Priscila!!
    Gostei bastante da premissa do livro adoro um bom suspense e pelo jeito esse livro é um excelente romances históricos. Fiquei interessada em conhecer esse livro que parece ser bem diferente de tudo que já li até o momento.
    Beijoss

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Priscila, linguista de formação, doutoranda em Narratologia. Começou a ler um livro do Sidney Sheldon aos oito anos e nunca mais parou. Hoje, fez das Letras sua profissão.

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