Me Chame Pelo Seu Nome (2018) | Crítica



Amores de verão podem ser pra vida toda?

Sim. Podem sim. Temos aqui uma obra que retrata com muita naturalidade - até incomum no cinema, que costuma ter uma estrutura narrativa de três atos - os acontecimentos da vida de dois homens jovens, se descobrindo e vivendo suas vidas, num verão em algum lugar da Itália. Todas as nuances de uma vida comum são lindamente retratados, sem haver estereótipos de personagens, não existem vilões, não existem mocinhos, não existem objetivos a serem alcançados e tramas a serem fechadas, apenas um recorte da vida de duas pessoas que descobrem o amor nas férias de verão.

Esse provavelmente é o grande mérito do filme e seu maior problema, a falta de preocupação em ter clímax, em ter cenas de ação, sensualidade e velocidade, afinal , a vida não é “como na TV” como costumamos dizer, não é? Esse filme busca - e efetivamente alcança - quebrar tais preceitos. Mas pode incomodar pelo seu ritmo calmo e despretensioso de contar sua história.


A fotografia e a trilha sonora são belíssimas, é impossível não desejar estar naquela paz e naquela preguiça que o filme evoca, aquela preguiça boa de domingo, sabendo que há um feriado na segunda, num clima agradável, próximo a um riacho lindo num terreno bem arborizado.


Contemplamos a vida de Élio, em seus 17 anos de puro tédio, e sua família em algum lugar no interior da Itália, onde seu pai recebe regularmente estudantes para uma espécie de estágio. Então, é onde conhecemos Oliver, em seus 24 anos, aindo passar uma temporada junto a esse família. A química entre os personagens é extremamente orgânica, toda a tensão sexual é sentida sem ser dita, sem a necessidade de nada explícito ou vulgar, atenuando suas expectativas a respeitos dos acontecimentos, mas toda a direção já te dá a certeza que tudo vai ser tratado com respeito quando (e se) for acontecer. A direção do filme é primorosa em nunca te satisfazer suficientemente , assim como o protagonista se sente, transpondo muito bem tais sensações em planos abertos e câmeras paradas que não acompanham o ritmo comum de outras produções.


O filme é um dos grandes premiados da temporada e é cotadíssimo para a o Oscar de Melhor Filme este ano, novamente um filme de temática LGBTQ+ sendo destaque nas premiações é algo a se comemorar sempre, principalmente em questões técnicas e de sua narrativa sendo levado em conta, desmitificando que certos filmes ganham seus prêmios por suas bandeira levantadas apenas.

Me Chame Pelo Seu Nome é a prova de que você pode inovar sem necessariamente chocar ao quebrar certas regras pré estabelecidas do cinema, revolucionando gêneros e narrativas. Com sua despretensão em simplesmente contar uma história de amor de verão, o filme ignora todas as regras e revoluciona em sua calmaria.

Vamos para Itália?


14 comentários:

  1. Olá!!
    Muito legal um filme de temática LGBTQ+ sendo destaque para primaiação, quebrando preconceito, se tiver oportunidade vou ver com certeza!!

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  2. Parece um filme lindíssimo... Fiquei até com vontade de conferir.
    Vi que tem o livro, mas acho que não vou ler no momento. Mas quero assistir o filme.
    As fotografias estão encantadoras.

    Beijos

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  3. Pelo tanto que já vi falando bem desse filme tô muito curiosa pra ver. E que louco a narrativa dele. Gosto quando fazem umas coisas assim porque consegue passar aquela ideia de vida, uma coisa mais real e cotidiana né? É interessante e diferente de muito que a gente tá acostumado a ver. Se for bem feito e não ficar chato de assistir é bom. Parece que ele tá bem legal e acho que vou gostar.

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  4. Quero muito assistir esse filme, as criticas sobre ele são na maioria positivas (96% rotten tomatoes). Tenho muito interesse sobre esse tema e a Itália parece dar o clima perfeito para o filme.

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  5. Já vi outra critica sobre o filme, onde relata o mesmo, um filme calmo, sem grandes surpresas nem grandes expectativas de que algo surpreendente vai acontecer, só tudo acontece no seu tempo, em uma sequência calma. Confesso que não faz meu estilo de filme e eu não tenho muita vontade de ver, mas fiquei curiosa e vendo a grande repercussão que o filme está tendo, e as futuras premiações vou tentar ver.

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  6. Jonny!
    Vamos sim para a Itália, terra dos meus ancestrais...
    Parece um filme sensível, cheio de descobertas e sem rótulos e o melhor, tem apoio familiar que para mim é tudo.
    Deu para notar por sua empolgação que tocou fundo em você, reportando a experiências pessoais e não há nada melhor que isso para apreciarmos a beleza, seja ela de que forma for, em filmes, livros, na vida...
    Desejo uma semana produtiva e abençoada!
    “Bem aventurados os que mudam suas atitudes sem esperar um ano novo.” (Desconhecido)
    cheirinhos
    Rudy
    1º TOP COMENTARISTA do ano 3 livros + Kit de papelaria, 3 ganhadores, participem!

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  7. Oi Jonny!
    Pelo tempo de duração dele, eu achei meio longo, talvez por ser um filme que não tenha tanta ação, se torne um pouco cansativo para mim. Esse enredo mostrando a descoberta da sexualidade, misturado com sentimentos como o medo, é tudo um prato cheio pro espectador, como fã de cinema, eu pretendo sim assistir, tenho a impressão de que também é emocionante.
    Beijos

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  8. Olá! Parece ser um filme lindo, com um tema tão sensível, uma história de descobertas, em meio a um lugar tão charmoso como a Itália, gostei de saber que o filme retrata a história de uma maneira bonita.

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  9. Olá!
    Eu já o trailer desse filme, a historia e muito interessante. Eu gostei muito e tem uma historia bem emocionante. Já quero assistir!

    Tempos Literários

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  10. Fiquei muito afim de ler esse livro e assistir o filme visto que eu adoro literatura LGBT e eu adorei a sensibilidade qual qual o autor escreveu essa história mas eu adorei também o contexto que o livro foi escrito na década de 70 e toca mais no lado sentimental do protagonista e não do lado sexual como a maioria dos outros filmes

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  11. O que sempre leio em resenha ou críticas é a sensibilidade que há na história. É uma história de descobertas, numa época em que as pessoas tinha uma mente fechada... mas eu falando assim até parece que algo mudou na atualidade.

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  12. O fato do filme não tentar enfiar goela a baixo a questão da homossexualidade é muito bom, pois ajuda a quebrar muitos preconceitos que ainda temos atualmente. A fotografia parece maravilhosa e merece os parabéns.

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  13. Oi, Jonny!
    Quero muito assistir esse filme pois amei o trailer e estou muito curiosa para conhecer a história desses amor de verão entre o Élio e o Oliver.
    Bjos

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  14. Eu não conhecia este filme. Que bom que a fotografia e a trilha sonora são belíssimas.
    Bem legal este filme de temática LGBTQ+ estar sendo destaque nas premiações.
    Quem sabe futuramente eu assista este filme.

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Priscila, linguista de formação, doutoranda em Narratologia. Começou a ler um livro do Sidney Sheldon aos oito anos e nunca mais parou. Hoje, fez das Letras sua profissão.

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