Somos todos lendas |
Quando foi anunciado, ainda em 2017, que seria produzido um longa contando a vida de Freddie Mercury, foi uma surpresa e uma dúvida sobre o que viria. Surpresa pois o nome de Freddie não aparecia tanto nos holofotes desde que Adam Lambert assumiu o lugar Mercury em alguns shows pelo mundo, incluindo o Rock in Rio 2013. A dúvida veio sobre se seria mostrado o que realmente o icônico cantor passou e fez durante sua vida ou se seria apenas mais uma tentativa de humanizar e deixar a vida dele como um mar de rosas.
Recentemente,
Brian May, guitarrista do Queen, disse durante a premier do filme em Londres
que Bohemian Rhapsody não é um filme sobre o Queen, mas sim sobre a vida de
Freddie Mercury. Tenho que discordar.
O
filme começa contando a história de Freddie (Rami Malek) ainda como Farrokh
Bulsara trabalhando como descarregador no Aeroporto Hearthrow, por isso
discordo. Não é falado sobre a infância e a juventude de Mercury durante seus
anos de vida em Zanzibar, nós já somos ambientados com o cantor conhecendo
Roger Taylor (Ben Hardy) e Brian May (Gwilym Lee) e sua rápida ascensão no
mercado musical.
Basicamente,
o filme não conta a vida do cantor ou da trajetória do Queen, mas na verdade é
a história por trás da criação das músicas mais famosas da banda. É aí que o
filme mais falha, e muito. É vendida a ideia de uma cinebiografia de Freddie
Mercury e recebe uma versão romantizada e leve do que cada canção tem a ver com
história de cada um dos membros.
Freddie
realmente aparece o cara egocêntrico e cheio de trejeitos, mas várias partes
são questionadas por quem realmente conheceu a vida de Mercury. Um dos fatos
que mais chega a incomodar é a questão de mostrar que ele teria uma vida
perfeita ao lado de Mary Austin (Lucy Boynton), mesmo tendo assumido sua
bissexualidade (fato também questionável) e a amada sabendo que ele era gay. O
filme retrata bem como Freddie, enquanto em turnê pelos Estados Unidos, traia
Mary mesmo os dois já estando noivos.
O
fato mais bizarro, e que alguns críticos estão afirmando que é uma questão de
homofobia, é o filme mostrar que Freddie só “desenvolveu” sua homossexualidade
depois de se separar de Mary e deixar o Queen para se dedicar a sua carreira
solo, deixando a entender que Freddie só foi um pervertido depois de se afastar
de seus amigos e começar a ser seguido fielmente por Paul Prenter.
A
leveza não fica somente na história de Freddie, mas também em todos os outros
membros da banda, Roger Taylor, por exemplo, é apresentado como um bom marido e
um bom pai, entretanto, mal é citado que o mesmo vivia tendo casos com outras
mulheres fora do casamento.
Além
do mais, os momentos da vida são rasos e tratados de modo muito rápido, anos se
passam em um pistar de olhos, histórias são aglomeradas para apenas um momento
e fica tudo sem reflexão, com um monte de painéis luminosos de cidades onde o
Queen passou.
Entretanto,
os atores salvam em muitos aspectos do filme.
Inicialmente,
o papel principal seria dado a Sasha Baron Cohen (Borat, 2006), entretanto
acabou indo para Rami Malek (Sasha desistiu do papel após perceber o caminho
que o filme estava tomando). Rami teve o grande desafio de atuar usando uma
dentadura (foi uma grande dúvida se funcionaria ou não, mas funcionou). A
atuação ficou boa, o único problema é que ele ficou parecendo uma caricatura do
Freddie Mercury, com trejeito extremamente exagerados, mas em certos momentos,
você pode confundir se é realmente o ator ou o cantor. Como já disse aqui no blog, ele é um ator injustiçado, já que entrega uma excelente trabalho, mas não é reconhecido por isso. #VlwMalek
O
filme não deixa o falar sobre a passagem do Queen pelo Rock in Rio, o maior
público que a banda teve até o show Live Aid (com mais de 1 bilhão de pessoas
assistindo ao mesmo tempo, sim, escrevi certo), que hoje é considerado o maior
show da história. Além do mais, é notória a referência a entrevista de Gloria
Maria durante a passagem pelo Rio em uma coletiva de impressa, algumas
perguntas lembram as feitas por Gloria.
Para
finalizar, o filme parece um grande fan-service para o Queen. Apenas um modo de
colocar a banca em foco novamente. Inclusive, algumas músicas foram regravadas
para compor a trilha sonora do filme (mesmo que nenhuma dessas sejam
reproduzidas), como Shawn Mendes que regravou Under Pressure e Panic! At The
Disco, que já havia regravado Bohemian Rhapsody para a trilha sonora de
Esquadrão Suicida e subiu ao palco do AMA desse ano apresentando a canção como forma de publicidade do filme (acho que a versão do Panic! só perde para a original, com a voz inconfundível do Brendon Urie)
Sintetizando,
Bohemian Rhapsody o filme é igual a música Bohemian Rhapsody, uma confusão de
coisas, mudanças bruscas de ambientação e provavelmente, só os roteiristas e
diretores irão entender tudo o que foi tentado passar. Mas como entretenimento,
o filme é um excelente escolha, principalmente se você foi/é fã do Queen e/ou
do Freddie Mercury ou quer conhecer mais sobre as músicas e as histórias por
trás delas, vale muito a pena conferir.
Bohemian
Rhapsody estreia quinta-feira, 01 de novembro em todos os cinemas do país. Pode
ser uma opção divertida para o seu fim de semana.
Eu estava tão ansiosa para assistir que minhas expectativas estavam muito altas então ler a resenha foi bom para me preparar para um possível baque. Não vou de deixar de ver o filme, mas agora não vou com tanta sede ao pote e espero sair do cinema mais surpresa do que decepcionada.
ResponderExcluirGostei de saber seu ponto de vista antes de assistir ao filme!
PS.: eu amo a regravação de Panic! At The Disco desde Esquadrão Suicida e tbm gosto das apresentações do Adam Lambert, mas ainda não ouvi do Shawn.
ExcluirOi Kevyn!
ResponderExcluirEstou ansiosa pra ver esse filme, com mtas expectativas na vdd...
Contando os dias!
Bjs!!!
Oi, Kevyn!!
ResponderExcluirGostei de saber sobre o filme, pois gosto muito das músicas de Freddie Mercury, mais já vou assisti com expectativas de ver pelo menos um bom filme.
Bjos
Olá! Uma pena que o filme não se aprofunde muito nas vidas dos integrantes da banda, e nem os retratem da maneira mais verdadeira, ainda assim, acredito que o filme deve ser ótimo, afinal será possível ver mais sobre os processos de composições das músicas do grupo.
ResponderExcluirO filme mais aguardado por mim! Não vejo a hora de poder conferir o longa. Sei que mudaram muitas coisas, datas, acontecimentos,mas não ligo com isso não!rs
ResponderExcluirA atuação de Malek, que é um ator muito promissor no cinema, me animou muito.Adorei a caracterização dele para se tornar o gênio que era Freddie.
Senti muito em saber que não houve também uma menção a Bowie, já que Freddie e ele eram tão amigos!
E não considero um filme sobre Freddie, mas sobre as canções, que marcaram minha vida!!!
Verei sim, sabendo que não encontrarei uma obra prima,mas que poderei ouvir mais e mais Queen!!
Beijo
Confesso que não curto biografias, seja em livros ou filmes... Mas pelos seus comentários o filme Bohemian Rhapsody deixou bastante a desejar nesse requisito, né?! Parece que eles tetrataram um Freddie totalmente diferente do que ele era, sem falar nessa questão de homofobia, nada haver isso, erraram feio!
ResponderExcluirOi! Não sou muito fã de biografiasaber, nem em livros nem em filmes. Mas conheço o cantor, gosto de algumas músicas, só não conhecia a sua trajetória. A resenha me desanimou um pouco, não gosto de filmes confusos e sem aprofundamento, o que acho necessário para uma biografia.
ResponderExcluirBeijos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAi, tô bem ansiosa pela estreia... Aprendi a gostar de Queen com o meu irmão.
ExcluirEnfim, já li muitas críticas e são unanimes em ressaltar a falta de tato com que a bissexualidade foi tratada e isso é parte importante da história do Freddy.
Rami, pelos trailers que já vi, tá muito legal, trejeitos parecidíssimos.
Olá, Kevyn
ResponderExcluirApesar de ter os pontos negativos a respeito do enredo do filme, eu gostei muito do trailer é maravilhoso.
Também concordo que o ator Rami Malek merece ser reconhecido. Quero muito assistir o filme.
Beijos
Uau, Kevyn, que crítica mais completa! Obrigada!
ResponderExcluirQueen é minha banda preferida da vida desde a minha infância!
E faz ANOOOOOOOOOS que estou esperando por esse filme.
Tô pensando se vou ao cinemas ou espero sair em dvd, porque detesto ir ao cine, já que é longe demais de casa e desconfortável, mas é Queen né kkkkkkk
Pela sua crítica deu pra ver que não foi tão bem feito assim, e não seguiu uma linha completa e real dos acontecimentos na vida do Freddie e com o Queen.
Acho que mais legal para os fãs se divertirem ou para apresentar, de certa forma, a banda para novos ouvintes.
Vou querer assim sim!
PRECISO NÉ!
Mas pelo jeito não é tão fiel, isso me deixou um pouco triste.
bjs
Eu não sou tão fã do Fred Mercury mas cresci ouvindo as músicas dele de certa forma quero sim contemplar o filme Bohemian Rhapsody só para conhecer mais sobre o ícone que era o Fred Mercury e a sua banda
ResponderExcluirVi uma reportagem no fantastico no final de semana e fiquei super empolgada, então amei conferir tua crítica! Fiquei ainda mais curiosa depois de conferir tua percepção sobre o filme, e espero poder conferir em breve e saber ainda mais sobre a vida deste grande ícone!
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