CRÍTICA | MATRIX: RESURRECTIONS (2021)


Depois de 22 anos do lançamento do primeiro e 19 do segundo, chega aos cinemas essa semana o quarto filme da franquia Matrix, Matrix Resurrection, retomando com parte do elenco original e trazendo a nostalgia que os fãs queriam.

Não há como negar que Matrix foi um dos maiores sucessos da cultura pop dos anos 2000, trazendo inúmeras revoluções para o cinema, especialmente em quando falamos de efeito. O legado das irmãs Wachwski com certeza será lembrado eternamente por isso, mas o que mais questionavam os espectadores era: precisa de um novo filme?

 

Em Resurrections, temos a continuação da história de Neo (Keanu Reeves), agora um dos maiores criador de games do mundo, inventor do jogo Matrix, sucesso no começo dos anos 2000 e um grande império dentro do ramo. Apesar disso, Neo se questionando se tudo o que criou é apenas parte da sua imaginação ou da sua realidade, incluindo o fato dele conhecer uma mulher chamada Tiffany (Carrie-Anne Moss) que é idêntica a sua personagem Trinity.

 

Com todos esses questionamentos, Neo se vê em um paradoxo de continuar o tratamento com seu analista (Neil Patrick Harris) ou acreditar em Morpheus (Yahya Adbul-Mateen II) achando que é tudo não passa de loucura.

 


Resurrections é na verdade um banho nos olhos dos fãs da franquia, trazendo referencias, às vezes nos mínimos detalhes, a objetos, personagens e até acontecimentos dos três filmes anteriores. E mesmo que você não consiga perceber, a edição faz questão de colocar flash para relembrar, inclusive em projeções dentro das cenas. Por outro lado, ainda não consegui chegar em um consenso se isso é bom ou não, levando em conta que o interessante de um filme, muitas vezes, é justamente entender as referências dele, que nesse caso são entregues todas de graça.

 

Apesar disso, Resurrections supera Reloaded e Revolutions pelo simples fato de não deixar tudo robotizado. Um dos grandes defeitos dos dois filmes anteriores era explorar de modo excessivo os recursos tecnológicos da época, o que deixava até cenas mais tranquilas parecendo feitas totalmente por computação gráfica. Isso piorava quando tínhamos cenas de ação. Felizmente, esse erro não acontece agora, apesar de continuar usando os recursos visuais modernos, é mais palpável de realidade.

 


Por outro lado, até para o nível de Matrix, as cenas de ações estão mentirosas, apesar de estarem mais visualmente interessante. É muita explosão sem machucado, é moto voando de modo impossível. São coisas que nem o Deus Ex-Machina explicaria.

 

Com relação as atuações, não há como negar que Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss não perderam a essência dos personagens mesmo tanto tempo depois. Já Yahya Adbul-Mateen II como Morpheu foi a surpresa do filme. O ator teve que recriar completamente o personagem (até porque não é o mesmo), que agora traz um ar muito mais cômico e muito menos sombrio que o Morpheu de Laurence Fishburne.

 


Por outro lado, não posso deixar de comentar a atuação bizarra de Jada Pinkett Smith como Niobe. A função da atriz era fazer a personagens ter 80 anos, mas ficou parecendo mais uma caricatura de pessoa idosa, com direito corcunda e tudo.

 


Apesar disso, como já dito, Resurrections supera em todos os pontos os dois filmes anteriores, mas ainda não ultrapassa o original. Felizmente, o próprio filme não se leva a sério. Quando a história é contada como se fosse um game, vários personagens dizem que não gostaram dos anteriores. Em outros momentos, um outro personagem icônico brinca que estão destruindo a franquia original. E o questionamento feito no início “precisa de um novo filme” é levantado dentro do roteiro.

 


Se você é fã de Matrix e quer ter a nostalgia dos anos 2000, ao mesmo tempo que conhece a continuação da história, o filme lança hoje, 22 de dezembro, em todo o Brasil.



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Priscila, linguista de formação, doutoranda em Narratologia. Começou a ler um livro do Sidney Sheldon aos oito anos e nunca mais parou. Hoje, fez das Letras sua profissão.

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