CRÍTICA | Ingresso Para o Paraíso (2022)





Ingresso para o Paraíso chega aos cinemas para quem estava com saudade de assistir a uma boa comédia romântica protagonizada por Julia Roberts. A prestigiada atriz se junta ao charmoso George Clooney para produzirem e estrelarem esse divertido longa, que usa cenários paradisíacos no que parece ser uma reconstrução das comédias românticas da década de 90.


Na trama, David (Clooney) e Georgia (Roberts), divorciados há 25 anos, precisam se unir novamente para tentar impedir que a filha se case de maneira precoce com um rapaz por quem se apaixonara na encantadora Bali (Indonésia) durante uma viagem de férias. O problema é que eles mal suportam a presença um do outro, o que servirá como base para a maior parte das piadas do filme.

A direção é de Ol Parker, conhecido principalmente por Mamma mia! (2018) e Imagine Eu e Você (2005), duas comédias românticas que agradaram bastante quando foram lançadas. Como diretor e roteirista de Ingresso para o Paraíso, Parker entrega para o público mais um bom filme, consolidando sua experiência com o gênero.




Isso não significa, porém, que o longa seja isento de críticas. Na verdade, apesar de bem executado, o diretor recorre a muitos clichês na construção do roteiro: o ex-casal que não se suporta, mas precisa conviver durante um tempo por algum motivo; o casal de jovens que mal se conhecem, mas se apaixonam cegamente e enfrentam a resistência dos pais para casar; as situações inusitadas envolvendo a família do(a) noivo(a), que possui hábitos “exóticos” por ser de um país estrangeiro. 

Por outro lado, as piadas funcionam muito bem, sobretudo porque os diálogos são bons e os personagens, bem representados pelo excelente elenco, são cativantes e convincentes. Junto a isso, os belos cenários de praias australianas (sim, foi filmado na Austrália) fazem valer o ingresso para assistir na telona.




O filme ainda tangencia alguns assuntos interessantes, como a relação dos humanos com a natureza, os novos dilemas femininos e o modo de vida contemporâneo, mas tudo de maneira muito superficial. Essa falta de aprofundamento, contudo, nem é um grande problema, já que, por ser uma comédia romântica, não se espera uma discussão tão profunda sobre essas questões. 

O real problema da obra é falta de novidade, visto que ele simplesmente repete muito do que já deu certo em outras comédias românticas. No fim das contas, sua mensagem parece ser aquela clássica frase dos anos 90: siga o seu coração. É bonito, mas soa um pouco anacrônico atualmente.

Ainda assim, mesmo com todos os clichês, Ingresso para o Paraíso deve agradar a um público bem amplo, já que funciona bem como uma comédia romântica, garantindo diversas risadas sem recorrer a cenas muito açucaradas ou melodramáticas.




Por Samuel Holanda 


Assista ao Trailer: 



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Priscila, linguista de formação, doutoranda em Narratologia. Começou a ler um livro do Sidney Sheldon aos oito anos e nunca mais parou. Hoje, fez das Letras sua profissão.

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