CRÍTICA | Moonage Daydream (2022)

 


Enquanto assistia fascinado às diversas performances de David Bowie em Moonage Daydream, de Brett Morgen, uma das primeiras coisas que me perguntei foi como iria falar sobre essa produção e definir todos os sentimentos e emoções experienciados. Começo a escrever ainda sem saber. Mas posso afirmar que, na verdade, essa não é uma obra a que se possa simplesmente assistir: trata-se de uma rica e provocativa experiência audiovisual a qual todos deveriam ter acesso (em IMAX), ainda que não seja fã de Bowie.


Para quem não lembra, Morgen dirigiu o longa Kurt Cobain: Montage of Heck (2015), premiado documentário sobre a vida de Kurt Cobain, vocalista do Nirvana. Isso significa que o diretor sabia muito bem o que estava fazendo e conseguiu, por isso, produzir mais uma grande obra biográfica.

Moonage Daydream, contudo, não se trata de um documentário convencional, mas de uma espécie de documentário-show-performance extravagante, empolgante e psicodélico, que faz jus à figura de David Bowie. Acompanhamos diversas fases e turnês do cantor, enquanto conhecemos algumas das facetas, paixões e motivações desse artista completo, que se autodenominava generalista.

Morgen utiliza uma quantidade imensa de material inédito (disponibilizado pela família do músico) que, junto a trechos de shows, programas televisivos e entrevistas, formam um quadro profundamente íntimo e multifacetado do cantor britânico. Além disso, o diretor também inclui artes plásticas, cenas de filmes e gravações de performances que ajudam a entender um pouco da obra de Bowie, além de reconstruir parte das influências que contribuíram para formar as personas do artista.



É possível que, próximo ao final, o expectador sinta o peso dos 140 minutos dessa odisseia, mas o corte apresentado parece até curto diante da quantidade de material que há sobre o cantor. É perceptível, claro, o recorte parcial feito pelo diretor, que deixa de lado alguns fatos controversos da vida de Bowie. A decisão é justificada pelo fato de que o documentário foi autorizado pela família do astro.

O filme deve, portanto, agradar a um público muito amplo, incluindo jovens e adolescentes que não tiveram tanto contato com as músicas de Bowie. Eu, por exemplo, que não acompanhei sua carreira, nem saberia reconhecer mais do que uma dezena de suas composições, saí impressionado do cinema. Imagino, então, como se sentirão os fãs do cantor, pegos de surpresa com sua morte no ano de 2016, ao reverem tantas cenas intensas e emocionantes. 

Moonage Daydream, por fim, é daqueles fenômenos cinematográficos que devem ser prestigiados na maior tela disponível, junto a um excelente sistema de som, para usufruir de todos os estímulos apresentados. É sem dúvidas uma homenagem à altura para um dos mais populares e inovadores músicos de todos os tempos.


Por Samuel Holanda 

Assista ao trailer






Nenhum comentário:

Postar um comentário

INDICAÇÃO DE FILME

INDICAÇÃO DE FILME
Priscila, linguista de formação, doutoranda em Narratologia. Começou a ler um livro do Sidney Sheldon aos oito anos e nunca mais parou. Hoje, fez das Letras sua profissão.

Colaboradores

Caixa de Busca

Facebook

Instagram

Destaque

CRÍTICA| A Cor Púrpura (2024)

  A Cor Púrpura , musical que acaba de estrear no Brasil,  é uma adaptação  de uma  adaptação  de uma adaptação .  Estranho, mas é isso mesm...


Arquivos

Posts Populares

Receba as novidades!

Tecnologia do Blogger.

Parceiros