CRÍTICA | Os Fabelmans (2022)


 Os Fabelmans é o novo filme do aclamado diretor Steven Spielberg. Anunciado como uma “memória cinematográfica” das influências e das relações familiares que moldaram a carreira de Spielberg, o longa é uma fascinante viagem pelos momentos mais marcantes da vida de um dos maiores diretores de todos os tempos.

Spielberg dispensa apresentações, mas, nesse caso, é bom lembrar uma parte de sua obra para esboçar a importância dessa produção. O cineasta é o responsável por filmes como Tubarão (1975), Os Caçadores da Arca Perdida (1981), E.T: O Extraterrestres (1982), Jurassic Park (1993), A lista de Schindler (1993), O Resgate do Soldado Ryan (1998), Prenda-me se for Capaz (2002) e Jogador Número 1 (2018), entre muitos outros longas de sucesso. É atualmente o diretor mais lucrativo da história do cinema, entregando trabalhos que conseguem agradar público e crítica, além de influenciar profundamente a indústria cinematográfica e inspirar novos artistas. Seu talento para produção de filmes é incontestável e sua história é também a história do cinema.



Nesse novo trabalho, acompanhamos a jornada de Sammy Fabelman (Gabriel LaBelle), personagem baseado no jovem Spielberg. Após assistir ao longa O maior espetáculo da Terra (1952) no cinema, Sammy fica fascinado e começa a filmar e editar filmes caseiros, sobretudo por influência da mãe. A partir dessa premissa, vemos o florescer de uma história de amadurecimento do protagonista, em que podemos observar alguns de seus traumas, medos, desejos e conquistas, além das dificuldades enfrentadas para lidar com suas relações afetivas.

Além de Spielberg, também assina o roteiro o escritor Tony Kushner, colaborador recorrente do diretor. Mais uma vez os dois entregam um filme profundo e tocante. Além de contar um pouco da história do diretor, o longa é uma espécie de tributo ao cinema. Há, portanto, muita metalinguagem e referências ao fazer cinematográfico, além de comentários sobre atuação, edição, direção e outros elementos relacionados ao trabalho com o audiovisual.

Em determinada cena, o roteiro explicita uma das principais reflexões do longa: a dificuldade de conciliar o amor pela arte com a dedicação aos familiares e amigos. Tudo parece intensamente autêntico e pessoal. Vemos o fascínio do jovem Sammy com suas criações fílmicas amadoras e logo imaginamos a infância de Spielberg. Presenciamos as dificuldades no relacionamento dos pais de Sammy e lembramos que eles representam os pais do diretor.

As atuações inclusive estão impecáveis e são fundamentais para o funcionamento de um filme tão emotivo. Michelle Williams e Paul Dano interpretam os pais de Sammy e parecem bastante entrosados. Gabriel LaBelle é praticamente um estreante, mas está excelente no papel. Destacam-se ainda as atuações de Seth Rogen como um amigo da família, Judd Hirsch como o tio Boris e David Lynch (sim, o diretor) como o lendário cineasta John Ford.

O longa é, em suma, uma das obras imperdíveis dessa temporada, tendo inclusive já recebido o Globo de Ouro 2023 de melhor filme na categoria Drama. Provavelmente será bastante lembrado nas diversas premiações e chegará como um dos principais candidatos a receber o Oscar de melhor filme esse ano. Vale sem dúvidas a ida ao cinema.



Por Samuel Holanda


Assista ao Trailer: 




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Priscila, linguista de formação, doutoranda em Narratologia. Começou a ler um livro do Sidney Sheldon aos oito anos e nunca mais parou. Hoje, fez das Letras sua profissão.

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