CRÍTICA | Gato de Botas 2: O Ultimo Pedido (2023)

 


Após mais de 11 anos desde o lançamento do primeiro filme, o Gato de Botas retorna às telas do cinema em mais um ótimo trabalho de animação da DreamWorks. Apesar da demora, desde 2012 se falava nessa sequência, mas os planos de Guillermo del Toro, produtor, enfrentaram algumas dificuldades burocráticas pelo caminho.


Na trama, Gato descobre que usou oito de suas nove vidas enquanto aprontava em suas aventuras. Para piorar, o felino é ameaçado pelo Lobo Mau, precisando se esconder para manter sua última vida. Durante a aposentadoria então, Gato descobre que pode recuperar suas vidas se encontrar a Estrela dos Desejos, na Floresta Negra. Claro que muitos obstáculos irão aparecer e serão responsáveis pelo desenvolvimento da história. Temos, por exemplo, o retorno de Kitty Pata Mansa, além da participação de novos personagens, como o simpático cachorrinho Perrito, a determinada Cachinhos Dourados e sua família Urso, além do criminoso "Grande" Jack Horner.

O filme é dirigido por Joel Crawford e Januel Mercado, que não possuem muita experiência em direção, mas trabalham com animações há algum tempo. A responsabilidade inclusive era muito grande. Derivado da bem-sucedida franquia Shrek, o primeiro Gato de Botas fez muito sucesso com o público e até foi indicado ao Oscar de melhor animação. E, apesar das dificuldades enfrentadas na produção do longa, o resultado dessa sequência é surpreendente. Há alguns problemas no roteiro, como piadas que não funcionam, mas ainda assim o longa é divertido e consegue superar o primeiro.



O roteiro, por exemplo, é bem mais complexo, os personagens são mais carismáticos e o design foi modernizado. Influenciado pelo sucesso de Homem-Aranha no Aranhaverso (2019), o Gato de Botas 2 explora diferentes estilos para construção dos ambientes e personagens, assumindo muitas vezes traços mais cartunescos, sobretudo em cenas de ação. É possível sentir um estranhamento nas primeiras cenas em que percebemos essas mudanças, mas logo entendemos que faz parte da própria concepção artística da animação.

Em relação às vozes que dão vida aos personagens, encontramos os mesmos problemas de outras animações que chegam aos cinemas brasileiros: em geral, só temos acesso à versão dublada em português, o que facilita em relação ao público infantil, mas nos priva do acesso à versão original. Não que o elenco brasileiro faça um trabalho ruim. O problema é não termos o direito de escolher, principalmente quando a animação original conta com um elenco tão talentoso quanto o desse longa.

Na versão americana, temos mais uma vez o prestigiado Antonio Banderas dando voz ao Gato e a carismática Salma Hayek dublando a Kitty Pata Mansa. Como se não bastasse a presença dos dois, Florence Pugh dubla Cachinhos Dourados, Olivia Colman dá voz à Mamãe Urso e Wagner Moura (nosso Wagner Moura!) interpreta o terrível Lobo Mau.

Já na versão brasileira, Alexandre Moreno e Mirian Ficher voltam aos papeis que interpretaram no primeiro filme, substituindo a dupla de protagonistas da versão americana. A atriz Giovanna Ewbank substitui a Florence Pugh e o dublador Sérgio Moreno assume o lugar de Moura. O trabalho de todos está à altura, claro, mas não é a mesma coisa. De qualquer forma, a mudança não estraga a diversão proporcionada pelo longa. Vale a ida ao cinema, principalmente para tentar entreter a criançada nesse início de ano (ainda que seja mais fácil agradar aos adultos).



Crítica  por Samuel Holanda 

Veja o trailer: 




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Priscila, linguista de formação, doutoranda em Narratologia. Começou a ler um livro do Sidney Sheldon aos oito anos e nunca mais parou. Hoje, fez das Letras sua profissão.

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