JOHN WICK 4: BABA YAGA (2023)

 


Chega finalmente aos cinemas o novo capítulo de uma das maiores franquias de ação dos últimos anos, John Wick, a história do temido assassino aposentado que havia voltado à ativa após ter seu cachorro assassinado e seu carro roubado por um gângster russo. Apesar de o enredo parecer simplista, o primeiro filme foi um sucesso de crítica, sobretudo pelo cuidado com as cenas de ação, que se mostra no uso de uma câmera mais estável e na aplicação de artes marciais bem coreografadas nos combates armados.


No quarto capítulo, a jornada de John (Keanu Reeves) começa alguns meses após ter sido baleado pelo gerente Winston (Ian McShane) e resgatado pelo Rei dos Mendigos (Laurence Fishburne), que fora punido pela Alta Cúpula. Desde que decidiu assassinar o chefe da máfia Santino D'Antonio dentro do Hotel Continental (quebrando uma regra importante nesse submundo), o preço pela cabeça de John só aumenta enquanto os seus aliados diminuem. Excomungado, ele precisa lidar com as consequências de suas ações enquanto procura uma maneira de derrotar a Alta Cúpula e ficar em paz. Sua principal preocupação dessa vez é o Marquês de Gramont (Bill Skarsgård), que recebeu a incumbência de acabar definitivamente com os incômodos causados por John.

A direção continua com Chad Stahelski, que junto com o produtor David Leitch, deu forma à franquia por meio dos roteiros bem escritos por Derek Kolstad. Atribui-se o sucesso de John Wick principalmente à experiência de Stahelski e Leitch como dublês de filmes de ação, mas o roteiro também tem sua importância para a construção do rico universo desenvolvido em torno de John. Curiosamente, o roteirista dos três primeiros filmes não assina o novo longa, que é escrito por Michael Finch e Shay Hatten a partir da base estabelecida por Kolstad. Apesar disso, não se pode afirmar que a mudança dos roteiristas tenha afetado negativamente o resultado final, pois a história continua intensa e original, ainda que um pouco mais longa – são quase 170 minutos de muita pancadaria.

Há, por exemplo, alguns personagens muito interessantes introduzidos à trama, como o habilidoso Caine (Donnie Yen), um assassino cego que aceita o contrato para matar John Wick, e o gerente Koji Shimazu (Hiroyuki Sanada), responsável pelo Hotel Continental de Osaka e velho amigo de John. Além desses dois, um caçador de recompensa apelidado apenas de Rastreador (Shamier Anderson) também dá sua contribuição aos combates caóticos que perseguem o protagonista durante todo o longa.




E são justamente esses combates o grande destaque da franquia. O diretor continua apostando nas lutas bem coreografadas e filmadas por meio de planos-sequências que nos permitem entender o que está acontecendo em tela. Esse estilo de ação se contrapõe às cenas gravadas com a câmera tremida e à utilização de cortes rápidos na edição. É claro que exige muito mais ensaio e treinamento por parte dos atores e dublês, mas o resultado é uma ação mais polida e realista.

O quarto capítulo dessa excelente franquia, portanto, é um desses longas que fazem valer a pena ir ao cinema, pois consegue misturar um bom enredo com cenas de ação muito satisfatórias de assistir. Há, claro, um ou outro exagero nas habilidades do seu protagonista, mas isso faz parte do universo criado em torno da lenda de John Wick, o Baba Yaga.


Por Samuel Holanda


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Priscila, linguista de formação, doutoranda em Narratologia. Começou a ler um livro do Sidney Sheldon aos oito anos e nunca mais parou. Hoje, fez das Letras sua profissão.

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