Quanto tempo eu dormi para a Rue estar desse tamanho? |
Em Mentes Sombrias, temos uma
típica distopia já apresentada em sagas já finalizadas, como Jogos Vorazes, Divergente
e Maze Runner. Poderíamos até dizer que é uma mistura de todas estas mais um
fator que está em alta no momento, super-heróis. Quase um X-Men.
Pose de super-herói |
Neste campo, os jovens são separados por cores dependendo dos seus
poderes, verde (inteligência acima do normal), azul (telecinese), amarelo
(eletrocinese), laranja (controle da mente) e vermelho (cospem fogo kkkkkkkkk).
Ruby é classificada como laranja, o problema é que todos os laranjas e
vermelhos são mortos antes de serem encaminhados para funções, mas controla a
mente do médico e o faz mudar para verde. Assim, a jovem protagonista passa por
isso por 6 anos até surgir uma médica que consegue fugir com Ruby do campo. No
meio disso tudo, ela foge até da médica que está ajudando, e faz parte da Liga
que recruta crianças para lutarem contra o governo, e encontra um grupo de
jovens que também fugiu dos militares.
Os quatro tem a difícil missão de encontrar um local onde várias
crianças e jovens estão vivendo em um ambiente onde os mesmos podem viver em
paz.
Então, como dá para perceber, parece que pegaram todas sagas que fizeram sucesso nos últimos anos, colocaram no liquidificador e acrescentaram uma pitada de X-Men. E é justamente por isso que o filme peca pela falta de originalidade. Divisão de castas como Divergente, a busca por uma cura para uma doença que pode acabar com o mundo como em Maze Runner, luta contra um governo autoritário e um grupo secreto como em Jogos Vorazes e a mutação genética dos mutantes de X-Men.
E é justamente essa falta de originalidade que faz o filme pecar mais. Devemos
lembrar que a saga Divergente não
chegou nem a ter o último filme lançado por falta de lucros, mostrando que as
series de distopias não estão sendo tão valorizadas como antes.
Além disso, outros pontos deixam o filme em baixa. O primeiro é
justamente um ponto que há muito tempo já tenho falado, o vilão. Temos dois
vilões na história. A primeira chega a ser uma caricatura de caçadora de
recompensa e tem um desfecho ridículo ainda no meio do filme. O segundo é óbvio
desde o primeiro momento, apesar de ter uma motivação boa para ser o vilão
(#SalveMagneto).
Apesar de tudo isso, alguns pontos podem salvar. Um deles é a atuação e
o carisma dos quatro atores principais, Amandla Stenberg, Harris Dickinson,
Skylan Brooks e Miya Cech (essa dá até vontade de colocar em um potinho e levar
para casa). Eles levam o filme quase todos nas costas e a trama romântica da
história nos faz querer saber o que vem depois.
Os efeitos especiais estão muito bem apresentadas e sem a necessidade de usá-lo em todos os momentos, como muitos filmes tem abusado recentemente.
Apesar de todos os erros, é um filme que me pegou de jeito e já saí
correndo para ler o primeiro livro (e me decepcionar logo em seguida por saber
que o segundo ainda não foi lançado no Brasil e não tem previsão). Então, corra
para o cinema mais próximo e assista essa nova produção para o público
infanto-juvenil.
Para finalizar, vale ressaltar que o filme tem o mesmo produtor de Stranger Things, Shaw Levy e que ele
consiga o mesmo sucesso que teve com a série. Que a maldição das sagas não
atinja Mentes Sombrias como aconteceu com Percy
Jackson, Os Instrumentos Mortais,
Divergente e Academia de Vampiros.
Obs.: Em breve, farei a resenha do livro.